A GM (General Motors) de São Caetano propôs aos cerca de 9.000 trabalhadores a redução de direitos em troca de investimento para modernizar a planta da região, que possui mais de 80 anos. A montadora justifica que a unidade terá sobrevida pelo menos até 2028 com as atualizações e com nova família de veículos que sairiam da Região do ABC. Sem as alterações, a fábrica duraria, no máximo, mais quatro anos.
Dentre os direitos que a GM pretende retirar, estão a estabilidade aos profissionais sequelados e a hora extra aos sábados, que hoje está em 50%, para contabilizar apenas no banco de horas; reduzir o adicional noturno de 30% para 20% e o tempo máximo de afastamento em caso de doença ou cirurgia pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de 120 para 30 dias; além de implementar rotatividade de dez meses na fábrica; pelos próximos quatro anos, a partir deste, fixar valor de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e aplicar a inflação; não reajustar os salários em 2018 em troca de abono, em 2019 corrigir 60% pela inflação e 30% por abono e, em 2020, dar 100% da inflação; oferecer prêmio de assiduidade para evitar as faltas.
A partir da proposta, ontem, 15, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano realizou assembleia com os empregados para informá-los sobre as alterações que a GM deseja realizar. Para os funcionários, a empresa dá com uma mão e tira com a outra.
Segundo o vice-presidente do sindicato, Francisco Nunes, a rotatividade é um dos assuntos que a entidade já descartou da negociação. “Também não vamos mexer na cláusula 42, que garante a estabilidade dos sequelados. Vamos conversar com a GM novamente. Talvez para quem entrar a regra possa mudar, mas não para quem já está na empresa.”
Os outros pontos também serão discutidos novamente, como a exclusão das horas extras, por exemplo.
Sobre o PDV (Programa de Demissão Voluntária) encerrado na segunda-feira, 47 pessoas aderiram. A maioria era aposentada, levaram sete salários adicionais e 12 meses de convênio médico.
Fonte: DGABC